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Suzuki Jimny 1.5L 4X4 MODE3: O regresso de um ícone do TT!

A CarZoom esteve ao volante do novo Suzuki Jimny. Podemos dizer que este foi um dos nossos ensaios mais entusiasmantes dos últimos tempos, ou não estaríamos a falar de um ícone do todo-o-terreno que renasceu para trepar montes e vales, participando nas maiores aventuras compostas pelas estradas mais acidentadas. O melhor de tudo é poder adquiri-lo por pouco mais de 21.000,00€.

Já lá vai o tempo em que aqueles que não podiam adquirir os grandes Nissan Patrol, Jeep Wrangler ou Land Rovers Defender para o passeio de domingo, adquiriam os mais pequenos, leves e de menor cilindrada Suzuki Samurai e mais tarde os Suzukis Jimny. Sempre foram conhecidos por serem fiáveis, baratos, detentores de ângulos de ataque e saída de referência assim como por serem extremamente “desenrascados” no todo-o-terreno.

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O legado da Suzuki nos 4×4 começou com o LJ10 em 1970. Este automóvel passou por uma série de testes exigentes antes de passar à produção. Tinha 600kg, 3 lugares, chassi em escada, redutoras, eixo rígido, molas em lâmina na traseira e tinha uma carroçaria leve e pequena, cujas portas e tejadilho eram em lona. Este automóvel contava com um motor bi-cilindrico de 360cc com apenas 25cv. A sua durabilidade e capacidades off-road convenceram os seus utilizadores. Esta crescente procura fez com que a Suzuki continuasse a evoluir o produto. Por isso, em 1972 surgiu o Suzuki LJ20 que contava já com um motor refrigerado a água e melhor desempenho. Foi em 1974 que apareceu o LJ50 que contava com um motor 550cc a dois tempos com 3 cilindros que contava com maior potência. O “último grito” dos LJ foi o LJ80 que apresentava não só um design mais elaborado e elegante, como também recebeu um motor com 800cc e 4 cilindros refrigerado a água que produzia já 41cv de potência. Este último “LJ” foi vendido em mais de 109 países e foi o primeiro automóvel a 4 tempos da Suzuki.

A segunda geração do Suzuki Jimny apareceu em 1981. Este modelo foi apelidado de SJ410 e aparece mais pratico e funcional. A concepção deste modelo focou-se não só na utilização no fora-de-estrada, mas também na utilização quotidiana. Ao nível da suspensão, este modelo mantinha componentes e disposições da anterior geração, mas recebia melhorias nos ângulos de ataque e saída, assim como um motor 1.0 Litros de cilindrada com 4 cilindros e 45cv. Com a sua força e binário, demonstrou um elevado desempenho tanto on-road como off-road, contribuindo para a expansão do mercado de veículos 4×4 em ambientes de lazer.

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Em 1984 a Suzuki apresentou o SJ143 que contava já com o motor mais potente da gama Suzuki, um motor 1.3 Litros com bloco em alumínio. Nesta mesma altura, 7.000 dos 10.000 automóveis produzidos no Japão eram exportados. Com o aumento da procura surgiram outras “actualizações” como a caixa manual de 5 velocidades e a direcção assistida. A suspensão foi também alterada para suspensão de três pontos com mola helicoidal que permitia equilibrar o desempenho off-road com a utilização quotidiana, através de uma maior filtragem das irregularidades da estrada. À versão convencional juntaram-se versões pick-up, versões com tejadilho em lona e ainda versões com rodas mais largas ou maior distância entre eixos.

Nesta altura o Suzuki Jimny tinha vendido já 1.693.000 unidades.

Não há muito tempo, em 1998, surgiu a 3ª geração do Suzuki Jimny. Esta era sem dúvida a versão mais “civilizada”, uma vez que privilegiava o conforto a bordo e tinha uma séria de argumentos novos, que até então poucos todo-o-terreno tinham, falamos de um formato de carroçaria mais arredondado e maior manobrabilidade e estabilidade. O chassi e suspensão foram revistos para aumento do conforto, sem perder as capacidades de todo-o-terreno. O sistema de tracção integral permitia-nos circular em tracção apenas traseira, com a transição entre o 4×2 e 4×4 em andamento.

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A 4ª geração do Suzuki Jimny foi apresentada o ano passado e promete manter o legado deixado pelas anteriores gerações. Continua a ser um automóvel utilizável na vida quotidiana e extremamente “desenrascado” no todo-o-terreno.

O Suzuki Jimny herda um design “retro” que nos leva de volta aos modelos mais antigos acima mencionados. Não só formato “direito” da carroçaria, como também alguns elementos, parecem ter saído directamente de uns antigos Suzuki Samurai. Temos uma dianteira curta, alta e direita com uma grelha de dimensões generosas e um capô direito, assim como os guarda-lamas são altos e deixam espaço que chegue para as rodas. Nas laterais temos duas portas altas, um pára-brisas quase vertical e um tejadilho sem qualquer inclinação. Os pilares são “delgados” para melhorar a visibilidade e oferecer maior claridade ao interior. A traseira é direita e curta, adopta um pára-choques saliente e uma roda sobressalente colocada na tampa da bagageira que abre de forma lateral. As ópticas dianteiras são redondas como dos antigos Suzuki Samurai e os farolins traseiros embutidos no pára-choques traseiro plástico, vincando o estilo retro do todo-o-terreno Japonês.

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No exterior outros destaques incluem iluminação LED na dianteira e traseira e protecções como pára-choques dianteiro, traseiro e abas laterais em plástico. Há ainda jantes de 15 polegadas com 2 tons, estribos laterais de protecção da carroçaria, trilhos laterais do tejadilho que evitam entrada de água no habitáculo na abertura e fecho de portas, assim como, capas dos retrovisores em plástico preto. Outros destaques incluem lava-faróis e luzes de nevoeiro na dianteira.

Passando ao interior temos uma qualidade de materiais pouco cuidada, onde não encontramos qualquer tipo de material emborrachado, ainda assim, a Suzuki afirma que os materiais do interior foram também pensados para a utilização no fora-de-estrada, inclusive a iluminação que permite uma boa visualização dos botões para serem operados tanto no sol, como na noite. A qualidade de montagem é satisfatória. O design é simples, funcional e adequado à utilização típica deste tipo de automóvel em que se beneficia a praticabilidade e o acesso a todos os comandos directamente relacionados com a condução, embora com um aspecto mais moderno, alguns elementos do interior fazem-nos lembrar os antigos Suzuki Jimny.

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O melhor deste interior é a visibilidade proporcionada pelos pilares curtos que nos oferecem um ângulo de visão melhorado, que pode fazer a diferença tanto na estrada, como no todo-o-terreno.

No interior há espaço para 4 pessoas, mas nos assentos traseiros não se espera grande comodidade. Se pensamos em levar pouca bagagem que seja, é melhor prescindir de 2 passageiros, uma vez que a bagageira tem apenas 85 Litros que se resumem à largura dos assentos traseiros e a cerca de 15 ou 20cm de comprimento. Com os assentos traseiros rebatidos temos então 830 Litros de bagageira. Na versão ensaiada os assentos traseiros têm um material lavável na parte de trás, o que é uma mais valia na altura de rebater os assentos para transportar objectos molhados ou com lama, o mesmo acontece na pequena bagageira que é também forrada com o mesmo material.

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No equipamento interior da versão ensaiada tínhamos ar-condicionado automático, volante em pele, vidros eléctricos, cruise-control, limitador de velocidade, sistema de ajuda ao arranque em subida, sistema de ajuda à descida, aviso de transposição involuntária de faixa, apoios para o lugar do passageiro, comandos de rádio no volante, sensor de proximidade, assentos dianteiros aquecidos, sistema de navegação e multimédia em ecrã de 7 polegadas, painel de instrumentos com computador de bordo, entre outros.

O sistema de navegação e multimédia do Suzuki Jimny apresenta tem uma qualidade de imagem ao nível de outros automóveis do mesmo valor e é intuitivo. Este sistema não está preparado para Android Auto nem Apple CarPlay e também não tem qualquer tipo de serviço conectado. Já o painel de instrumentos tem um estilo semelhante ao dos antigos Jimny, mas adopta um computador de bordo completo q.b que apresenta informações acerca de viagem e consumos, tracção a ser utilizada, temperatura exterior, entre outros.

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No lugar do condutor andamos “nas alturas”, embora seja pequeno, o Suzuki Jimny tem uma altura ao solo respeitável. A regulação do assento em altura e a regulação do volante em profundidade permite-nos encontrar facilmente uma posição confortável. Como se não bastasse todos os comandos estão “à mão de semear”. A maneta da caixa de velocidades é alta e o volante tem uma pega agradável.

O Suzuki Jimny é um automóvel diferente e divertido de guiar, mesmo em estrada, o seu motor enérgico com a caixa de velocidades curta, faz com que seja um gosto conduzi-lo em qualquer ocasião. Claro que na estrada a sua suspensão condescendente faz com que o adornar da carroçaria seja notável e a aerodinâmica pouco idealizada para a estrada, faz com que um sopro mais forte de vento faça “dançar” o Suzuki Jimny. Já no todo-o-terreno, o Suzuki Jimny sente-se como um peixe na água. Mesmo com pneus mistos com um perfil pouco ou nada cardado, a leveza deste pequeno Jipe faz com que passe nos mesmos sítios de jipes mais preparados e “duros”. Se quiser um automóvel novo para passeios de todo-o-terreno ao domingo, esta é a escolha mais barata e ideal.

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O ângulo de ataque (37 graus), saída (49 graus) e ventral (28 graus) ajustados à bela prática do todo-o-terreno, oferece ao condutor confiança suficiente para se “meter em trabalhos”, trabalhos esses que podem muito bem deixar-nos com um belo sorriso de orelha-a-orelha quando envolve subidas ou descidas acidentadas e recheadas de lama. Aqui as suspensões de 3 apoios rígidos com mola helicoidal do Suzuki Jimny tem um ajuste perfeito e o motor e caixa trabalham em verdadeira harmonia. Quando duas rodas perdem a tracção na diagonal, o controlo de tração SLD do Jimny aplica travagem nas rodas para que este ganhe tracção. Este sistema melhora a saída de superfícies escorregadias e locais mais acidentados.

Falando em motor… Debaixo do capô temos um motor 1.5 Litros atmosférico de 4 cilindros com 102cv de potência às 6000rpm e 130Nm de binário às 4000rpm. A potência é enviada para as rodas traseiras ou para as 4 rodas através de uma caixa manual de 5 velocidades. Este conjunto perfeito adapta-se à utilização quotidiana permitindo consumos simpáticos para o tipo de automóvel. No nosso ensaio, os consumos rondaram os 7,1 Litros a cada 100km. O mesmo conjunto funciona bem em todo-o-terreno, uma vez que se encontra sempre bastante “disponivel” e suporta rotações muito baixas quando é necessário. A caixa de velocidades tem ainda a tracção integral permanente ou as redutoras para ultrapassar os obstáculos mais exigentes, ou sair de alguns “sarilhos”.

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No que toca à segurança, o novo Suzuki Jimny tem aviso de transposição involuntária de faixa, alerta de proximidade, monitorização da pressão dos pneus, entre outros. Nos testes Euro NCap, os seus resultados não foram os melhores, conseguindo apenas as 3 estrelas com 73% na protecção dos adultos, 84% na protecção das crianças, 52% na protecção dos peões e 50% nas ajudas à condução.

Os preços do novo Suzuki Jimny começam nos 21.075,00€ e o preço para a versão ensaiada MODE3 é de 24.811,00€ (Sem despesas administrativas e pintura metalizada). O Novo Suzuku Jimny paga de IUC: 171,18€.

Fotos: José da Palma

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