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Museu do Caramulo reforça colecção com Willys-Overland MB ¼ Ton de 1944

A colecção de automóveis do Museu do Caramulo foi reforçada com um Willys-Overland MB 1/4 Ton de 1944, um veículo com um papel preponderante no desfecho da Segunda Guerra Mundial.

No início de 1940, o governo dos Estados Unidos da América começou a tomar consciência do perigo crescente que representava o avanço do III Reich de Hitler. A Europa dava sinais de fraqueza e a América encetava os preparativos para qualquer eventualidade.

A máquina de guerra era posta em movimento pela primeira vez. Uma das principais carências americanas era ao nível de veículos ligeiros, equipados para o campo de batalha. Com apenas 30.000 viaturas contabilizadas, o exército estava gravemente submotorizado. Em relação aos veículos de quatro rodas motrizes, o cenário era ainda mais grave.

Em Junho de 1940, William Beasley, presidente da Comissão Técnica do Estado-Maior, esboçou um caderno de encargos para o desenvolvimento de um novo veículo de quatro rodas motrizes, na categoria de ¼ de tonelada para equipar o exército. A distância ao solo deveria ser no mínimo de 16 cm, enquanto o comprimento máximo da carroçaria teria que respeitar o limite dos 2032 mm. A carga útil seria no mínimo de 272 kg (o equivalente a três homens e uma metralhadora), e o peso total do veículo deveria situar-se na casa dos 590 kg.

Museu do Caramulo reforça colecção com Willys-Overland MB ¼ Ton de 1944 14

A Ford respondeu com o protótipo Pygmy, responsável pela forma de carroçaria a ser posteriormente adoptada nos Willys MB, de chassis robusto e faróis integrados. No entanto, o Willys Quad, outro protótipo norte-americano, apresentou um trunfo imbatível. Apelidado de Go Devil, o pequeno motor de 2,2 litros de capacidade era uma evolução do Whippet dos anos 20, com uma performance bastante melhor que o motor da Ford, derivado do tractor 9N Ferguson. A empresa Americana Willys-Overland conseguia assim assegurar o fabrico dos veículos todo-o-terreno para o exército, recorrendo a uma fórmula bem conhecida: um motor de quatro cilindros, com 60cv de potência, montado à frente em posição longitudinal e mantendo o peso do conjunto nos 1054 kg, o que permitia atingir cerca de 105 km/h de velocidade máxima, para um consumo entre os 12 e os 15 litros por cada 100 km percorridos.

Um dos adversários do Willys MB “Jeep” durante a guerra foi o Volkswagen Kübelwagen, que desempenhava funções militares semelhantes. No entanto, e ao contrário do carro do exército americano, o Kübelwagen tinha tracção traseira e motor refrigerado a ar. Não sendo pioneiro como veículo de tracção integral, o Jeep foi o primeiro a ser fabricado em elevada escala. Como veículo militar, distinguiu-se dos restantes pelas suas reduzidas dimensões e potente motor, que lhe permitiam chegar rapidamente aos locais, levando ao mesmo tempo vários soldados e armamento ligeiro. No final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, tinham sido fabricados cerca de 640.000 modelos Jeep.

O Willys-Overland reforça desta forma o núcleo de veículos militares da Segunda Guerra Mundial na colecção permanente do Museu do Caramulo, onde já se encontram presentes o seu eterno rival Volkswagen Typ 82 Kübelwagen de 1944, bem como o Autocar M3 Half Track de 1943, além de um núcleo de motos e bicicletas alemãs e britânicas.

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