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Um novo passo no digital

“Car.Software”: o nome diz tudo. Ou quase tudo. Porque mais do que associar o automóvel à computação, é toda uma nova forma de usar a mobilidade, centrada no utilizador e naquilo que ele pode usufruir. O melhor de tudo isto? Estamos a falar de algo começa a acontecer já este ano.

Chama-se Car.Software e é, desde o início deste ano, uma unidade própria do Grupo Volkswagen. A visão é ambiciosa: nos próximos anos, ela será responsável por um investimento de 7 milhões de euros no desenvolvimento e implementação de projetos.

A Car.Software está centrada no desenvolvimento do sistema operativo comum a todas as marcas do grupo, denominado vw.os, e na criação de cada vez mais serviços alojados em cloud e que podem ser acedidos a partir de cada automóvel. O novo ID.3, com comercialização prevista para o final do verão, será o primeiro a beneficiar destes desenvolvimentos em que o grupo alemão tem vindo a investir.

A Car.Software aglutina agora todos os polos de desenvolvimento de software de bordo e dos ecossistemas digitais, juntando cerca de 3 000 especialistas. A nova unidade de negócio está sedeada na Audi Electronics Venture GmbH e incorpora os outros laboratórios digitais alemães, em Berlim, Bochum, Ingolstadt, Estugarda e Wolfsburgo. Fora da Alemanha, Seattle e Pequim passam igualmente a fazer parte desta organização, seguindo-se, em breve, as restantes plataformas de desenvolvimento das diferentes marcas e regiões do Grupo.

O que nos diz tudo isto? Em primeiro lugar, é um sinal claro da aposta do grupo alemão no desenvolvimento transversal a todas as suas marcas. Mas este é um movimento que vai mais longe: até 2025, mais de 10.000 especialistas em digital da organização Car.Software desenvolverão o software para os veículos e para os ecossistemas digitais, além de funções centradas no cliente e na força de vendas. A visão de longo prazo é também clara: uma “marca de software” dentro do Grupo.

A Volkswagen pretende aumentar a participação interna do desenvolvimento de software dos atuais menos de 10% para pelo menos 60% até 2025. São cinco os domínios essenciais de trabalho: plataforma de carros e dispositivos conectados; carroçaria e habitáculo inteligentes; automatização da condução; mobilidade e energia; e serviços digitais corporativos e de mobilidade. Tudo isto sempre com o objetivo último de estabelecer uma arquitetura de software unificada no Grupo.

“A mobilidade elétrica e a digitalização estão a marcar o ritmo no Grupo Volkswagen”, refere Christian Senger, CEO da Car.Software e membro do Conselho de Administração do grupo, para adiantar: “Nos próximos dez anos, lançaremos 75 novos modelos eletrificados e 60 híbridos. O passo seguinte para o desenvolvimento que mudará fundamentalmente nosso setor é a digitalização. Atualmente, o software desempenha um papel fundamental no automóvel, pelo que as próximas gerações dos nossos modelos farão uso pleno da conectividade. As suas funções podem ser configuradas e expandidas individualmente. E, graças a atualizações de software, os nossos veículos estarão sempre com a versão mais recente das funcionalidades”.

O que se esconde atrás das “nuvens”?

Poderia pensar-se que esta unificação de competências decorre da óbvia necessidade de otimizar recursos e obter escalas com os recursos disponíveis. Mas há mais do que isso. O vw.os, ou seja, um sistema operativo comum, é determinante para a conexão dos modelos do grupo com a maior infraestrutura que está em preparação: a Volkswagen Automotive Cloud. Isso mesmo, uma plataforma que junta as funções de infotainment, sistemas de assistência, incluindo funções de condução altamente automatizadas, acionamento remoto, operações de carregamento e ecossistemas para todos os serviços de mobilidade.

A ambição do Grupo Volkswagen é a de criar uma experiência integrada para os condutores: desde continuarem a ouvir a mesma música assim que entram no veículo, até fazer chamadas e consultar a agenda, a Volkswagen Automotive Cloud visa combinar aplicações próprias e de terceiros numa experiência linear.

Fazer com que que várias aplicações diferentes se integrem de um modo intuitivo é um desafio, pelo que a cloud da Volkswagen conta com um parceiro de desenvolvimento de méritos reconhecidos: a Microsoft.

“A nossa cloud, que estamos a desenvolver em conjunto com a Microsoft, será a unidade de controlo central da nossa próxima geração de veículos totalmente conectados”, explica Christian Senger.

“Condutores e passageiros poderão aceder a um crescente ecossistema digital conectado ao veículo via Automotive Cloud, beneficiando de uma gama crescente de recursos, incluindo funções do veículo, streaming de media, serviços associados a chave inteligente e muito mais”, refere o mesmo responsável, sublinhando que a previsão é a de produzir “mais de 10 milhões de veículos totalmente conectados por ano em todo o Grupo”.

Este objetivo não está tão longe como se pode imaginar. Na verdade, “significa 50 milhões de veículos com conexões em nuvem no espaço de cinco anos”.

Para a Volkswagen, o carro passa a ser cada vez mais um espaço digital, permitindo a partilha e, ao mesmo tempo, a individualização “afinal, algo que estamos familiarizados no nosso próprio smartphone, que se torna cada vez mais personalizado ao longo do uso”, como refere o CEO da Car.Software, acrescentando, claro, “a possibilidade de assinar ou adquirir novas funções, o que só é possível através de uma conexão na cloud”.

A cloud do Grupo Volkswagen e o seu sistema operativo uniformizado e compatível representa, assim, o grande passo que o fabricante persegue desde há algum tempo. Serviços de car-sharing ao abrigo de iniciativas digitais como a WE preparam-se para receber o seu grande impulso. A geração de elétricos ID será a primeira a mostrar as potencialidades de todo este mundo digital que promete transformar por completo a forma como nos relacionamos com o automóvel.

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