Andámos com o Mitsubishi ASX Cross City 1.6 DI-D, enfrentámos o “Dakar” do dia-a-dia na cidade, conseguimos baixos consumos em estrada e ainda inventámos pelo meio do mato. Sras e Srs, apresentamos-vos o incompreendido ASX!

Este foi o nosso primeiro ensaio com a Mitsubishi, que decidiu amavelmente colaborar connosco e ceder-nos automóveis de ensaio, seja o primeiro de muitos!

Levantámos o Mitsubishi ASX Cross City 1.6 DI-D com a sensação de “ir à descoberta”, era um modelo que desconhecia por completo e sabia desde já que era um automóvel bastante incompreendido. Do que conheço da Mitsubishi, sabia à partida, que seria um SUV do qual ia gostar.

Começamos pelo design, sem nos esquecer-mos de que estamos a falar de um modelo com alguns anos. Foi sofrendo algumas alterações aqui e ali, mas mantém os traços Mitsubishi. Sim! tem aquela frente parecida com o nosso amado Lancer Evo X!

O design exterior está de um modo geral bem concebido, não temos um automóvel que faça parar o transito, mas conseguimos ter um design, jovem e desportivo. As luzes diurnas colocadas em torno dos faróis de nevoeiro ficam-lhe a matar e o xénon em junção com a altura ao solo, intimidam sempre os carros mais pequeninos que encontramos pelo caminho. O tejadilho panorâmico é bastante agradável à vista, e as jantes de 18 polegadas assentam que nem uma luva!

Chegamos ao interior, temos materiais com uma qualidade boa, desprovidos de barulhos parasitas e boa rigidez, o sistema de multimédia que aparece num ecrã táctil de 6.1 é básico e requer alguma habituação, a câmara de ajuda ao estacionamento traseiro ajuda a efectuar manobras, pois a traseira é bastante alta. Os bancos em pele aquecidos trazem um conforto extra e o tejadilho panorâmico de dimensões generosas tem iluminação interior. O painel de instrumentos conta com um computador de bordo embutido num LCD, que nos fornece a informação necessária. O design interior é muito sóbrio, os materiais tem um aspecto “fiável”. O ar-condicionado é bastante eficiente!

Ainda no interior, temos espaço para dar e vender, mais espaço no habitáculo que o “líder do segmento, Qashqai”, a bagageira tem 419 Litros que poderão passar a 1193 Litros, com o rebatimento dos assentos traseiros. Por ultimo, a posição de condução é bastante agradável o assento é baixo, regulável em altura, mas sentimos-no sempre em posição de “jipe”.

Passamos ao comportamento, o Mitsubishi ASX comporta-se exactamente como todos os SUV se deveriam comportar, ágil, manobrável e podemos dizer “sem medos”! Andámos pela cidade, onde não é difícil conduzir o Mitsubishi ASX, andamos em estrada onde sentimos segurança e estabilidade e por fim, ainda nos aventurámos por estradas de terra com bastantes irregularidades, nem um barulho parasita! A altura ao solo, permitiu-nos passar em sítios onde outros SUV teriam bastantes dificuldades, escusado será dizer que a aventura na serra de Sintra às 23:30 da noite me deixou simplesmente apaixonado pelo Mitsubishi ASX, senti-me como se fosse o Stephane Peterhansel a passar por cima de calhaus, pequenas poças de água e subidas / descidas acidentadas. O Mitsubishi ASX Cross City conta suspensões tipo Mcpherson, molas Helicoidais e barra estabilizadora à frente, e suspensões Multi-link, molas Helicoidais e barra estabilizadora atrás.

O motor 1.6 DI-D é um exemplo de fiabilidade e de qualidade, tem 114cv de potência, 270Nm de binário. Uma resposta entusiasmante, capaz de andamentos vivos e consumos abaixo dos 5 litros por cada 100km. A caixa de 6 velocidades é óptima, funciona muito bem e transmite prazer de condução. A aceleração dos 0 aos 100km/h é feita em 11,2 segundos e a velocidade máxima é de 182km/h.

O Mitsubishi ASX é a prova de que o numero de vendas nem sempre está ligado à qualidade do produto, pois o SUV nipónico é um automóvel barato, com um preço base de 25.900€, uma robustez digna de registo, um comportamento exemplar e bom equipamento de série. Consumos baixos, andamentos vivos e fiabilidade!

O Mitsubishi ASX 1.6 DI-D paga de imposto único de circulação 141,47€.

Tiago Neves