Toyota Auris Hybrid Touring: O sabor da tranquilidade!
Pode não ser o automóvel mais vistoso e sublime. Mas a Toyota Auris Touring Sports é sem duvida um automóvel encantador à sua maneira. Encantador na condução relaxante, encantador nos consumos e na hora de ir à oficina.
O design não é o seu forte, embora a Toyota esteja a romper com o design conservador. O exemplo disso é o novo “High-Rider”. O CH-R leva-nos a crer que a próxima geração de Toyotas será bem mais atraente e menos “tradicional”. O que se torna verdadeiramente interessante é que apesar de existir uma grande evolução ao nível do design, a qualidade e a fiabilidade serão as mesmas que a marca Nipónica nos tem vindo a habituar.
A frente da Toyota Auris Touring Sports está bem mais bonita que a do Toyota Auris da anterior geração. É bastante semelhante à do Lexus CT200H, o que lhe oferece um ar bastante premium, bastante desportivo e fora do vulgar. As ópticas LED, a grelha brilhante e a inclinação fazem-na parecer um automóvel de um segmento superior, assim como as “molduras” cromadas que vincam o desenho da dianteira.
Onde a Toyota Auris Hybrid se vê penalizada é mesmo na sua silhueta, que nos fornece a ideia de ter uma traseira algo subida e desengonçada. Nada que não aconteça noutros modelos do segmento. O pára-choques traseiro é também ele bastante pronunciado. Nesta versão as jantes de 17 polegadas com pneus 225/45 ajudam a Toyota Auris a parecer um automóvel de design mais cuidado.
Na traseira a marca nipónica acertou no design dos farolins que são mais compridos e contam com a iluminação em LED. Os dizeres “Hybrid” por toda a carroçaria, não deixam enganar ninguém. Fazem com que se saiba, de que se trata da motorização híbrida.
Não podíamos deixar passar as barras de tejadilho cromadas e o tejadilho panorâmico de grandes dimensões. Para além de tornar o habitáculo mais agradável também oferece um melhor aspecto à Toyota Auris.
Chegamos ao interior… O design é invulgar, está focado em todos os passageiros e não só no condutor. Conta com materiais de melhor qualidade e outros de qualidade mais fraca da “cintura” para baixo, uma construção agradável e livre de barulhos parasitas, o que não é comum nos carros de imprensa… Vá-se lá saber porquê!!
Devo “louvar” a iluminação do interior que é futurista e oferece um ambiente bastante agradável.
No geral temos um interior “harmonioso”. Um volante com uma excelente pega e com comandos bem colocados que não estorvam a condução. Uma consola central que alberga um ecrã táctil TFT de dimensões generosas, e um painel de instrumentos que nos oferece um conjunto de informações bastante diversificado e útil. Contamos com um “manómetro” que nos indica os regimes “Charge/ECO/Power”, conseguimos cada um dos regimes através da aceleração e da travagem que é regenerativa e nos leva ao regime “charge”. No ecrã central do painel de instrumentos contamos com informações acerca da carga da bateria, sistemas de ajuda à condução, navegação, reconhecimento de sinais de transito, modos de condução, entre outros. Não podíamos deixar escapar o ar-condicionado automático de dupla zona, assentos dianteiros aquecidos e o espelho electrocromático.
O sistema de navegação e multimédia da Toyota é bastante completo. Tem bons gráficos, serviços conectados e actualização de mapas gratuita durante 3 anos. Ainda nos permite ajustar algumas opções como o fecho das portas, a luminosidade e a definições da câmara traseira. Apresenta a informação do transito em tempo real, oferecendo rotas alternativas, evitando atrasos desnecessários… Conta ainda com o “Google Street View” que exibe a imagem da localização ou do destino e permite até visualizar simultaneamente informação sobre o tempo e estacionamento para a área que se desloca. O sistema de reconhecimento de voz ajuda-nos a manter os olhos na estrada.
Na segurança contamos com alerta de transposição involuntária de faixa, estacionamento semi-autónomo com câmara de marcha-trás, sensores de chuva e luminosidade, entre outros.
A posição de condução é agradável e a motorização híbrida proporciona momentos de condução que mais parecem aulas de meditação. A tranquilidade de conduzir um 1.8 HSD é excepcional, até mesmo para os puristas da condução, como é o caso… No transito o conforto é incomparável com o de outros automóveis de caixa automática. Estes Toyotas conseguem oferecer um arranque bastante suave e silencioso. Com a bateria totalmente carregada e a uma velocidade abaixo dos 50km/h podemos ainda ligar o modo “EV” em que colocamos a Toyota Auris a circular no modo totalmente eléctrico.
Para ser sincero quase não utilizámos o modo “Power”. Porque mesmo no modo normal ou “eco”, a resposta do motor 1.8 a gasolina auxiliado pelo motor eléctrico é bastante satisfatória e oferece consumos abaixo dos 5 litros aos 100km. O que é excelente para uma carrinha do segmento C a gasolina.
Ficamos também satisfeitos na altura de ir à oficina. As revisões da Toyota estão na lista das marcas mais baratas, as peças não costumam ser uma exorbitância e a vantagem de ter um híbrido é que tanto ao nível de material de desgaste como ao nível de revisões tudo se torna mais barato. Existe um desgaste menor dos componentes… Há clientes Toyota a trocarem pastilhas de travão aos 100.000km!!!
A esta qualidade juntam-se os 5 anos de garantia ou 160.000km que é oferecida pela Toyota nos automóveis híbridos. A bateria tem uma garantia de 5 anos ou 100.000km, no entanto, existe a possibilidade de mais 1 ano ou 15.000km de garantia, depois do sistema eléctrico passar na verificação anual.
O preço da Toyota Auris Touring Sports Hybrid começa nos 24.880,00€. A versão ensaiada era a topo de gama e ronda os 27.680,00€.
Apesar das 81g/km de CO2, estamos em Portugal e o facto da Toyota Auris Hybrid ter um motor 1.8 a gasolina leva-a a pagar de IUC 198.80€.
Tiago Neves
Fotos de: José da Palma
2 Comentários
Exmo. Sr. Tiago Neves
Tenho um Toyota Corolla de 1993 com cerca de 200 mil quilómetros.
Depois de ter vindo da última revisão na marca, e porque a curto / médio prazo iria ter de despender algum dinheiro no veículo em virtude do desgaste próprio do tempo, estou a pensar trocá-lo por um novo Toyota.
Encontrei o seu texto na Internet e gostava da sua opinião sobre o Auris Híbrido. Pareceu-me que a condução é muito diferente do modelo que eu tenho há mais de 20 anos. Será necessário ter aulas de condução para conduzir este modelo? As baterias costumam durar, em média, quantos anos? A garantia mencionada no texto é de 100 mil quilómetros. O que já me parece bem. Mas em caso de necessidade de substituição de baterias, ficará por quanto?
Desde já agradeço a sua resposta.
Cumprimentos,
Fátima Vieira
Exma. Sra Fátima Vieira,
Venho por este meio agradecer o seu simpático comentário e desculpar-me pela resposta tardia. Vou tentar ajudá-la o melhor possível.
Um dos membros da nossa equipa acabou de adquirir um Auris Hybrid, pelo que é sempre uma excelente aposta, não só pelo espaço e economia, como também pela fiabilidade da marca que é bastante conhecida e é sem duvida um ponto a favor.
O mais importante nas baterias é realizar as manutenções sempre na marca. Existem relatos de pessoas que tinham problemas com as baterias já fora da garantia e que pelo facto de serem “fieis” às manutenções na marca, a mesma assumiu a totalidade ou parte da substituição das mesmas.
A durabilidade das baterias é assegurada pela garantia, contudo, é natural que ao longo do tempo estas tenham de ser substituídas, uma tarefa que se torna mais simpática e menos difícil se as manutenções forem realizadas atempadamente. Se tem duvidas é só entrar em Fóruns e tentar falar com as centenas de donos de Toyota´s Prius 1ª geração e tentar ver quantos problemas tiveram com a utilização dos respectivos automóveis. Não há como conhecer os proprietários para ter a certeza que realizamos uma boa compra, no fim de contas a compra de um automóvel é quase sempre a segunda mais importante a seguir à casa.
Espero ter sido útil.
Com os melhores Cumprimentos
Tiago Neves